Há vidas em que a alma aprende a amar o outro antes de aprender a amar a si.
E há existências — como esta — em que o destino pede o movimento inverso:
voltar para dentro,
recolher todas as projeções,
retirar a energia que foi entregue como oferenda aos relacionamentos,
e finalmente habitar o próprio nome.
O Nodo Norte na 1ª Casa fala disso:
de um nascimento que ainda não terminou.
Como se a pessoa tivesse vindo ao mundo, mas não tivesse chegado a si.
Carrega-se aqui uma memória antiga — Nodo Sul na 7ª Casa — de vidas dedicadas ao “nós”, às alianças, ao cuidado, à diplomacia, à tentativa incansável de manter a harmonia.
Foi-se amante, parceiro, conselheiro, ponte entre mundos.
Foi-se aquele que cedia para não perder,
aquele que segurava a mão do outro mesmo quando a própria alma gritava por liberdade.
É bonito.
É nobre.
Mas ficou pesado demais.
Por isso, nesta existência, a vida empurra com firmeza — e às vezes com dor — para o centro da própria órbita.
É como se o Universo dissesse: “Agora, você.”
Agora, o corpo que treme é o seu.
Agora, o rosto que precisa ser visto é o seu.
Agora, a decisão que importa é aquela que nasce das suas entranhas,
não das expectativas que pairam no ar.
E é aqui que o drama começa, porque quem tem Nodo Norte na 1ª Casa traz uma espécie de culpa ao se priorizar.
É como se amar a si fosse rompimento.
Como se dizer “eu quero” fosse violência.
Como se caminhar sozinho fosse traição.
Mas, em verdade, é cura.
O que se rompe não é o amor — é o pacto de autoabandono.
Há uma solidão iniciática que faz parte desse caminho.
É o ritual de separação entre o que você era e o que está destinado a ser.
E muitas vezes a vida encena isso como:
– relações que esgotam;
– vínculos que pedem mais do que você pode dar;
– parceiros que refletem sua própria ausência;
– amores que só funcionam quando você se diminui.
São espelhos.
Todos eles.
Não para te punir,
mas para te lembrar que a força da 1ª Casa é um fogo que precisa ser reacendido — um fogo que ilumina e que queima:
ilumina quem você realmente é,
queima tudo o que não é mais seu.
O chamado é claro:
Corpo primeiro.
Vontade primeira.
Respiração primeira.
Presença inteira.
Você está aprendendo a se tornar protagonista da própria história — não como um ego inflado, mas como alguém que finalmente ocupa o lugar que lhe pertence.
E quando esse lugar é preenchido, algo mágico acontece:
os relacionamentos deixam de ser cárcere e voltam a ser encontro.
O amor deixa de pedir sacrifício e começa a pedir verdade.
A parceria deixa de ser fuga e passa a ser escolha.
O Nodo Norte na 1ª Casa é a arte de renascer para si,
para então, paradoxalmente, amar melhor o outro —
porque já não se ama a partir da falta,
mas a partir da presença.
Este é o destino:
ser inteiro primeiro,
para depois ser dois.
Nodo Sul na 7ª Casa
(as memórias antigas do amor que moldou demais)
Há configurações no mapa que carregam o perfume de vidas inteiras.
O Nodo Sul na 7ª Casa é uma delas.
Ele fala de uma alma que já viveu o “nós” até a exaustão:
foi parceira, amante, cuidadora, pacificadora, espelho, mediadora.
Foi aquela que se moldou para caber, que se afinou para harmonizar,
que se ofereceu inteira para sustentar um vínculo — mesmo quando esse vínculo já não lhe devolvia vida.
O Nodo Sul na 7ª é uma espécie de eco:
um chamado de relações antigas que ainda sussurram,
que ainda puxam,
que ainda tentam ditar o ritmo do presente.
É como se o coração tivesse aprendido a bater no compasso do outro
e agora precisasse reaprender o próprio compasso.
As memórias desse Nodo são intensas:
– histórias de amor que marcaram fundo;
– relações cármicas atravessadas por devoção e renúncia;
– pactos emocionais que ultrapassaram vidas;
– vínculos onde se cedeu mais do que se queria;
– acordos silenciosos para manter a paz, mesmo às custas de si.
A alma chega nesta vida sabendo tudo sobre parceria…
mas sabendo pouco sobre autonomia.
E é aí que está o drama sutil dessa posição:
O Nodo Sul na 7ª Casa se manifesta como:
– medo de desagradar,
– tendência a buscar aprovação,
– facilidade em se adaptar demais,
– atrair pessoas dominantes ou carentes,
– entrar em relações que repetem velhos padrões,
– dificuldade de se perceber fora do vínculo,
– confusão entre amor e necessidade.
É como se a pessoa soubesse reconhecer o outro em detalhes,
mas tivesse esquecido como se reconhecer.
Por isso, o Nodo Sul na 7ª costuma trazer encontros que drenam,
relações que exigem escolhas,
afetos que empurram para dentro da crise.
Nada disso é castigo:
é pedagogia da alma.
Esses vínculos vêm para mostrar onde você ainda se perde.
**A dor aqui é pedagógica:
ela aponta o lugar onde você se apagou.**
Existe uma beleza trágica nessa memória:
você amou tanto, tão profundamente, por tantas vidas,
que agora o grande aprendizado é outro —
lembrar-se de si.
O Nodo Norte na 1ª Casa te puxa para o centro,
mas o Nodo Sul na 7ª te chama de volta,
às vezes com nostalgia,
às vezes com culpa,
às vezes com o desejo doce de não romper nenhum laço.
É preciso reconhecer esse chamado…
e seguir adiante mesmo assim.
Porque a verdade é esta:
Os relacionamentos que você vivia por obrigação ou medo de solidão
não lhe pertencem mais.
Os pactos que exigiam que você diminuísse a sua luz
não servem ao seu destino.
A harmonia que custava a sua voz
não é harmonia — é silenciamento.
O Nodo Sul na 7ª Casa é o ponto de origem,
mas não é o ponto de chegada.
É a lembrança.
Não o destino.
É o passado.
Não o norte.
Nesta vida, você não veio ser metade de ninguém.
Você veio aprender a ser inteiro —
e só então escolher quem caminha ao seu lado.
Quando esse aprendizado floresce, a 7ª Casa muda:
os relacionamentos se tornam mais livres,
mais maduros,
mais verdadeiros,
mais recíprocos.
Não nasce mais amor de dependência —
nasce amor de alma.
E aí o laço não aprisiona:
ele celebra.
Que artigo lúcido e que sensibilidade do autor. Eu cheguei a me emocionar com uma descrição tão precisa de meus próprios problemas existenciais.
ResponderExcluirfico feliz
ExcluirCadê o texto sobre o nodo norte na casa 1???? Não está aqui, como os outros....quero tanto ler....
ResponderExcluirjá está, bom estúdio
ExcluirBom dia,
ResponderExcluirTambém quero conhecer a influencia do nodo norte na casa 1, pois está no meu mapa.
Por favor, disponibilize novamente este texto.
Gratidão.
Aqui tem o texto, procura a partir da página 58. O livro é nódulo lunares de Martin Shulman
Excluirhttps://peloamordadeusa.files.wordpress.com/2018/08/os-nc3b3dulos-lunares.pdf&ved=2ahUKEwjasYXByND0AhV7pZUCHWn4A9QQFnoECAcQAQ&usg=AOvVaw2dm_NYOXWSk8OjZjYqaaWO
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Boa noite! Que suspense haha também preciso desde conteúdo, por favor disponibilize novamente.
ResponderExcluirdisponibilizei
ExcluirOlá pode disponibilizar o texto?
ResponderExcluirAqui tem o texto, procura a partir da página 58. O livro é nódulo lunares de Martin Shulman
Excluirhttps://peloamordadeusa.files.wordpress.com/2018/08/os-nc3b3dulos-lunares.pdf&ved=2ahUKEwjasYXByND0AhV7pZUCHWn4A9QQFnoECAcQAQ&usg=AOvVaw2dm_NYOXWSk8OjZjYqaaWO